As empresas estão praticando uma gestão humanizada, voltada para pessoas e relacionamentos. Na 4ª revolução industrial, existe uma busca por inovação por meio da colaboração. O grupo de empregados passou a ser diverso e o ambiente corporativo mais inclusivo. O grande desafio é que as pessoas não estão preparadas para interagir com quem pensa diferente. Por isso, hoje vamos conversar sobre comunicação não violenta (CNV).
O que é comunicação não violenta?
O conceito comunicação não violenta, criado pelo psicólogo Marshall B. Rosenberg, envolve uma fala consciente e uma escuta ativa, como forma de conectar, podendo chegar na compaixão, mesmo em situações difíceis. Dessa forma, é muito mais que uma técnica. É uma nova linguagem, uma comunicação verdadeira e assertiva que sai das reações automáticas.
É importante destacar que a CNV não tem como objetivo impedir conflitos, mas apoiar para que não caminhe para violência. Por isso, o conflito é positivo. É sinal de que algo precisa ser debatido. Afinal, se todos concordam, é muito provável que não exista espaço para troca de ideias e nem confiança para expressá-las.
A importância da CNV nas empresas
Existem várias formas de nos comunicarmos: face a face, virtual, escrita ou por áudio. Mas muitas vezes o problema não é de comunicação, mas de relação. A informação chega, é compreendida, mas não existe conexão. O diálogo e a vulnerabilidade são o caminho para nos conectarmos.
A capacidade de diálogo ajuda na resolução de problemas complexos, reduz conflitos, aumenta a produtividade, impacta na motivação e na tomada de decisão. Dessa maneira, o clima melhora, as pessoas trabalham de forma colaborativa, engajadas, se sentem valorizadas e compreendidas.
Os desafios da CNV no ambiente corporativo
A CNV requer uma relação de igualdade. Sendo assim, o empregado deve sentir-se à vontade em expressar sua opinião mesmo que contrária à do líder. Afinal, no mundo corporativo, a vulnerabilidade ainda pode ser interpretada como fragilidade e nem todos os sentimentos são aceitos. Para isso a professora da Aberje, Pamela Seligmann, utiliza a expressão “emoções de terninho”.
Precisamos respeitar a experiência do outro e entender que nosso ponto de vista é válido, mas é somente uma perspectiva. Não é a totalidade.
CNV na prática: os 4 passos
OBSERVAÇÃO
A observação é um fato que todos podem enxergar. Dessa forma, observe com o intuito de entender a situação e o outro, sem adotar uma postura defensiva ou julgadora. O julgamento não se atém ao fato; acontece com base em nossas crenças, valores e história de vida.
SENTIMENTO
Os sentimentos são mensageiros que indicam o nível de satisfação das nossas necessidades. Identifique como você se sente e reage diante da comunicação do outro. Por isso, expresse seus sentimentos de forma verdadeira.
NECESSIDADES
As necessidades humanas são universais como bem-estar físico, mental, emocional, social e espiritual. Todos precisamos das mesmas coisas. Qual a necessidade está por trás do sentimento que você identificou no passo anterior? O que realmente você precisa? Coloque-se no lugar do outro para tentar entender por que ele age de uma determinada forma. Afinal, muitas vezes a necessidade não é expressa na fala, mas surge em reações violentas, julgamentos, batidas de porta.
PEDIDO
Quando temos clareza dos nossos sentimentos e necessidades, conseguimos elaborar um pedido claro, específico e viável para que o outro contribua com a resolução de algo. Mas lembre-se que o outro pode dizer não. Aí fica um convite para buscar uma nova estratégia a partir do diálogo. Sendo assim, é muito importante que ambos saiam da conversa com o mesmo entendimento. Por isso, repita e valide com o outro se você entendeu corretamente.
A comunicação não violenta exige prática contínua e requer a criação de rodas de conversa, canais dialógicos e profissionais preparados para mediar conflitos. É preciso dialogar com respeito, buscando o entendimento quando existem ideias divergentes.
Como anda a comunicação na sua empresa? Vamos conversar?
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